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الاثنين، 19 يناير 2009

Clay Shirky acertou na mosca: "Aí Vem Todo Mundo!!"

Dos livros que consegui ler durante as férias, o "Here Comes Everybody" do Clay Shirky ganhou destaque. Não porque ele esteja falando algo de novo para a turma que acompanha de perto os desenvolvimentos da 'cultura digital', e sim porque os argumentos que ilustram as descrições das transformações no livro são extremamente criativos e efetivos. Como bem dito pelo Cory Doctorow, o Clay é um daqueles caras capazes de cristalizar idéias ainda não totalmente formuladas transformando-as em imagens marcantes, daquelas que nos fazem pensar: 'sim, claro, é assim que funciona!'.

O subtítulo do livro, 'O poder de organizar sem organizações', remete ao conceito que está subjacente à reflexão que proponho como central aqui no EcoDigital desde o seu lançamento em 2002: 'sobre a promoção e preservação do equilíbrio saudável nas relações entre indivíduos e instituições no ambiente digital'. O grande plus do livro é a clareza na exposição do raciocínio e a extrema felicidade na seleção e apresentação dos exemplos que ilustram as argumentações. De fato, a rede deu uma nivelada geral (democratizou?) nas capacidades de expressão de diferentes vozes, borrando consideravelmente a distinção marcante que havia entre pessoas e instituições no que diz respeito à participação direta no cenário da comunicação e da cultura na era da informação.

Em dos meus capítulos favoritos ('3 - Everyone is a media outlet'), o autor acerta em cheio na argumentação sobre a premissa de que as possibilidades trazidas pela rede irão fatalmente gerar o colapso de algumas estruturas sociais criadas com base em limitações tecnológicas. Shirky compara a turbulência que observamos hoje no cenário da mídia com a forma como a invenção da imprensa impactou a classe social dos escribas -- grupo extremamente poderoso durante todo o período da idade média. A ilustração é eficaz em transmitir a mensagem, e sugere que todos os setores associados com o controle dos meios de produção de mídia tendem ao mesmo destino reservado aos escribas de então, que em pouco tempo viram seu valioso expertise de ler e escrever tornar-se irrelevante.

Sugiro a leitura do livro a todos os interessados, mas para quem quer dar uma sacada no cara e no discurso do cara, segue abaixo um vídeo que achei no dotsub e traduzi para o português. Vale reservar 3 minutinhos para ver qual é...

الخميس، 3 يناير 2008

Trocando facilidades por autonomia inteligente

O leitor Bruno Leal fez uma crítica interessante ao post em que requentei a campanha Troque Seu Orkut Por um Blog, lançada no ano passado pelo Roberto Taddei. Ele menciona um possível elitismo na proposta, e apesar de já haver respondido ao comentário, algumas movimentações na blogosfera me fazem voltar ao assunto. Começando com o colega Ronaldo Lemos que, enquanto não tem um blog, continua refém da formatação que as editorias da mídia fazem de sua mensagem. O depoimento dele ao JB na matéria sobre previsões tecnológicas para 2008 diz assim:
Lemos cita o MySpace, que agora tem um portal em português, especialmente dedicado ao Brasil, e o Facebook, que, segundo ele, já começa a atrair um número significativo de brasileiros, como os principais adversários do Orkut em 2008. Com a demanda no setor ainda alta, também haverá espaço para novos projetos de redes sociais, com oportunidades, inclusive, para empresas nacionais que decidirem apostar no filão.
Será mesmo que a ameaça ao Orkut no Brasil vai ser alavancada por outros que tais como MySpace, Facebook, etc? Tenho para mim que a escala da experiência brasileira com o Orkut nos coloca à frente das tendências globais em termos de redes sociais. Explico: o que os norte-americanos experimentam como novidade hoje com o Facebook -- a sensação de que 'todo mundo está lá' -- já acontece entre nós com o Orkut há pelo menos 2 anos.

Ou seja, considero que estamos em melhores condições de enxergar como estes silos e 'jardins murados' (walled gardens) constituem uma enorme perda em termos de oportunidades na web, e assim optar pelas possibilidades que certamente irão explodir em 2008. Os indícios do fenômeno de abertura das redes sociais aconteceram de forma clara no segundo semestre do ano passado, e definem as tendências para o ano que entra. Aqui vão algumas indicações:
  • Portabilidade de Dados - a turma das redes sociais irá cada vez mais enxergar o valor da possibilidade de levar arquivos e contatos de seu profile de um site / serviço / rede social para outro, ou de definir o que desejamos fazer com os dados interagindo com outros serviços da rede.
  • Portabilidade da Identidade - projetos como o OpenID começam a mostrar como o mundo digital pode funcionar sem que tenhamos que ser novamente 'identificados' em cada um dos diferentes 'silos' da web.
  • O lançamento do OpenSocial pelo Google.
  • O lançamento do Android como sistema operacional open source para celulares.
  • O surgimento de novas idéias na web (como o Dapper) especializadas em 'importar' (extrair?) a informação aprisionada nos 'silos' da web. Veja um interessante tutorial demonstrando possibilidades.
  • Novas ferramentas de agregação pessoal e publicação de informações (Lifestreaming apps, ou blogs 2.0, ou sei lá o que...) como o Tumblr, e ainda os radicais Onaswarm, Lifestrea.ms e Soup, apresentam possibilidades inéditas na customização de espaços pessoais na web.
  • O lançamento de aplicações para registro pessoal de sua movimentação na rede, como o Weave da Mozilla, e o sucesso de padrões como o APML -- um OPML que registra dados de atenção para sites, blogs, palavras pesquisadas, etc. -- além de várias outras iniciativas sobre as quais você pode se informar melhor em sites como o DataPortability.org.
Hoje o Techmeme (leitura obrigatória para blogueiros) relata em super destaque o fato do Facebook ter desabilitado a conta de Robert Scoble (uber blogger e grande entusiasta da rede social, até agora), e o motivo é ele haver rodado um script para captura de dados ligados ao seu perfil. O debate é interessante principalmente porque nos leva à Carta dos Direitos de usuários da Web Social, da qual Scoble é um dos principais promotores, e que em seus itens mais importantes afirma:
Declaramos publicamente que todos os usuários da web social têm direito:
1) Propriedade da sua informação pessoal, incluindo:
- os dados de seu perfil
- a lista das pessoas a que estão ligados [lista de contatos]
- o fluxo de conteúdo que ele criou

2) Controle de quando e como essa informação pessoal é compartilhada com outros. E liberdade de conceder acesso a sua informação pessoal a sites externos de confiança.
A pergunta é: tem alguém aí que discorda de tais direitos? As redes sociais como as conhecemos hoje tiveram um grande papel na disseminação das possibilidades de comunicação e publicação da web. Algo assim como a AOL, que nos primeiros tempos da rede tratou de 'ensinar' o usuário comum a utilizar e-mail e visitar websites (escolhidos pela AOL). Mas não levou muito tempo para que estes mesmos usuários percebessem que a verdadeira web pulsava além dos muros do portal, e se procurarmos pelo que restou da AOL hoje teremos a exata noção do que pode acontecer a um gigante de web que não acompanha o movimento de seu público.

Acredito que em 2008 estamos no limiar de mais um salto qualitativo dos usuários da web, e talvez a campanha "Troque Seu Orkut Por Um Blog" precise mesmo de uma atualização. Algo assim como: "Troque as Facilidades em Espaço Restrito por uma Autonomia Inteligente na Web Aberta". Mas aí não tem o mesmo apelo... ;-)

UPDATE (07/02/2008): O Bruno Leal acaba de lançar uma rede social voltada para estudantes, professores, pesquisadores e amantes de História, utilizando o Ning: Visite o Café História.

الاثنين، 24 ديسمبر 2007

Em 2008: redes sociais abertas para todos

Muito se tem falado do choque de gerações que está acontecendo, entre a galera que está entrando no mercado de trabalho tendo convivido intimamente com a Internet e explorado as possibilidades das redes sociais durante toda a adolescência, e a turma mais velha, os que ainda se escandalizam com a "despudorada" exposição que enxergam nos perfis de seus filhos no orkut.

Tenho lidado com a capacitação para o uso corporativo das ferramentas web, e portanto venho observando o fenômeno. O resultado prático é que, hoje, fica muito mais fácil contratar uns 'meninos' para as funções que precisam ser desempenhadas do que 'convencer' os mais velhos a se apropriarem das ferramentas de comunicação e colaboração disponíveis. A solução têm sido juntar um especialista experiente (curador) com um 'blogueiro', um 'menino' que saiba publicar e fazer uso das redes sociais e das múltiplas possibilidades de comunicação em tempo real. É bom frisar que estes desta galerinha se apresentam não só familiarizados com a tecnologia, mas também dispondo de uma habilidade de composição editorial multimídia 'em tempo real' que torna-se um diferencial.

Hoje li um artigo -- 'The Rediscovery of Discretion', na ótima edição da Economist (The World in 2008) -- que me chamou a atenção. Entre as previsões para o próximo ano está a aproximação desta turma dos mais velhos às possibilidades das redes sociais, e o autor afirma que isto será fruto de evoluções na tecnologia. Alguns trechos me pareceram bem interessantes:
Durante os primeiros 200 milênios das espécies, as redes sociais humanas permaneceram tecnologicamente estáveis. As pessoas se sentavam em círculo em torno a fogueiras, contavam estórias e cultivavam relações. A literatura e as cartas, e mais tarde o telefone, ajudaram a extender esta possibilidade à distância. Mas a questão mais complicada sempre foi encontrar o equilíbrio certo entre divulgar de mais ou de menos à rede, e entre ser demasiado arrojado ou tímido na busca de novas amizades, parcerias e alianças.

Então, durante a primeira década do século 21, a internet pareceu resolver temporariamente esta dificuldade ao gerar as várias redes sociais online -- trazendo nomes como MySpace e Facebook -- que tiveram forte apelo junto às psiques frágeis de uma geração, denominada "Y", e deixaram a geração precedente, chamada "X", perplexa e horrorizada.

O que atraiu os "Y"s foi a trementa escalabilidade do meio (promovendo enormes ganhos de eficiência na busca de relacionamentos amorosos), sua vocação para a propaganda pessoal (com fotos 'selvagens' para, digamos, anunciar popularidade), e acima de tudo, a suspensão temporária das dificuldades que surgem no trato das relações sociais na vida real. Os velhos escrúpulos em questões de discreção pareceram tecnologicamente obsoletos. Entretanto, foi exatamente o uso relaxado destas 'funcionalidades' pelos "Y"s que deixaram os "X"s perplexos, e depois horrorizados, ao aterrisarem nestas redes no papel de 'pais e/ou responsáveis' realizando jornadas inquisidoras...

... Isto vai mudar em 2008, na medida em que a tecnologia das redes sociais se adapte à natureza humana, ao invés de forçar a natureza humana a se adaptar à tecnologia. Os líderes da indústria em 2007 foram estes antiquados 'walled gardens' (jardins murados). Eles surgiram com templates genéricos, com os aspectos sociais cruciais -- qual informação fornecer em um perfil, etc. -- pre-determinados por programadores. Sim, eles permitiram que os usuários customizasem suas páginas iniciais, mas isto já era possível nos 'walled gardens' do início dos anos 90, em serviços online como AOL ou Compuserve.

Estes serviços fechados faliram e deram espaço, após a revolução do Netscape e seus emuladores, à Web aberta e polivalente. A mesma coisa irá acontecer em 2008 no mundo das redes sociais. No lugar dos 'jardim murados' para incapacitados, irão surgir kits de ferramentas abertas que permitirão a qualquer um, com alguns poucos e simples clicks, criar sua própria rede social, que será uma extensão das relações existentes na vida real.
No final do artigo o autor menciona o Ning como um exemplo destes kits de ferramentas, e nós poderíamos falar também que a iniciativa Open Social do Google vai na mesma direção, e talvez mencionar o artigo no GigaOm que fala das possibilidades do Wordpress como plataforma para redes sociais. Ou seja, várias indicações de um movimento forte na direção das plataformas abertas 'centradas-na-pessoa', customizáveis para atender às perspectivas particulares de como interagir na rede e passíves de se conectar de variadas formas a outras redes e plataformas.

Troque seu Orkut por um Blog


Neste clima de otimismo para o próximo ano, e buscando traduzir estas tendências globais em uma mensagem pertinente para o público local, só posso relembrar a campanha lançada pelo meu amigo Roberto Taddei em abril de 2006, e que a cada dia se torna mais atual.
  • Pelo uso inteligente do tempo online.
  • Pela (re)afirmação da cultura.
  • Pela interatividade real.
  • Pela inteligência colaborativa.
  • Pela conquista do espaço virtual aberto e livre.
  • Pela manutenção e recriação do português.
  • Pelo não ao voyeurismo tímido.
  • Pela cara a tapa.
  • Pela contribuição milionária de todos os pontos de vista.
  • Pelo mundo ao contrário.
  • Participe você também da campanha “Troque seu orkut por um blog”.